terça-feira, 20 de novembro de 2007

Turistas & Viajantes

Tomo a liberdade de roubar um texto da Mari Campos, do Pelo Mundo (http://pelo-mundo.blogspot.com).
Simplesmente perfeito.

"Todo mundo tem um estilo diferente de viajar. Uns gostam mais de museus, outros mais de caminhadas, outros até mais das compras que da viagem em si. Mas seja qual for o seu tipo, nada costuma ser tão atraente numa viagem quanto a heterogeneidade.
Se muitos dizem que viajar por si só enriquece o espírito e a cultura, perceber de fato povos, culturas, costumes, religiosidades, comidas torna-se ainda mais interessante devido à heterogeneidade dos destinos. Observar com sensibilidade outros países, povos e cidades no seu dia-a-dia aumenta nossos horizontes e nossa assimilação para o “diferente” é cada vez maior. O bom planejamento de viagem permite que essa assimilação comece antes mesmo do embarque, através do conhecimento prévio sobre a cultura e a história do destino a ser visitado.
Todo viajante começa sua carreira como turista. Sim, turista e viajante são duas categorias muito diferentes! O turista é ansioso, ele acha que férias também são sinônomo de escravidão já que ele TEM que conhecer Paris, TEM que visitar todos os museus de Londres, TEM que pegar a fila para a Capela Sistina, TEM que percorrer diariamente e incansavelmente todos os cartões postais da cidade que ele visita. Volta cansado, coitado, precisando de férias. Mas toda primeira viagem, em início da carreira-de-viajante, é assim, não é mesmo? Com o tempo podemos evoluir para viajantes de fato. Sim, podemos. Porque nem todo mundo consegue. Tem muita gente cujo mapa-alvo de destinos no mundo a conhecer se resume a Miami-Nova York-Paris. E se você diz que quer conhecer a Tailândia ou a Tunísia te olha incrédulo e diz: “Nossa, mas o que você quer fazer lá? Aliás, onde é que fica mesmo????”. Calma, calma. Começo de carreira é assim mesmo. Tem viajante que atinge o topo da carreira com duas viagens. Outros só no final da vida.
Dentro de cada viajante (e até dentro de cada turista, sim), há dezenas, centenas ou até milhares de pequenas viagens-embrião, com destinos e propósitos diferentes, todas elas esperando ansiosamente a chance de tornarem-se, de fato, viagens. A maioria delas se concretiza quando há um ajuste perfeito intersecção de preferências, tempo e dinheiro disponíveis. No princípio da vida viajante (que pode comecer aos 2 meses de idade ou aos 90 anos, não importa), a maioria das pessoas quer visitar alguns lugares para poder dizer que esteve lá, “Ah, sim, já estive em Paris” ou poder travar conversar como “Quando eu estive em Madri...” . À medida que nos tornamos verdadeiramente viajantes – e não mais turistas – nossos propósitos com as viagens tendem a mudar. Nada melhor do que revisitar um destino sem a “obrigação” de conhecer seus pontos turísticos; permitir-se simplesmente perder-se sem rumo naquela cidade. Ou dar-se ao luxo de programar viagens para destinos que nem estão no mapa-alvo da maioria das pessoas que você conhece mas que sempre estiveram no seu. Ou que antes não estavam, mas de repente você se vê pensando neles insistentemente. São as viagens que você quer fazer, por você. Sem dúvida, as melhores viagens possíveis."

http://pelo-mundo.blogspot.com/2007/08/turistas-viajantes.html

Um comentário:

Mari Campos disse...

Como eu tô importante!!!!