
No dia seguinte, fizemos um passeio meio instantâneo pela cidade, porque incluía conhecer tudo que encontrássemos pelo caminho e comprar nossas passagens (a minha para a Espanha e da minha amiga para Lisboa). Ela comprou a dela de trem para a manhã seguinte, e eu não encontrei passagem para Salamanca nesse transporte então, como a estação de ônibus internacional era bem distante, fiquei de checar na manhã seguinte (como se eles fossem obrigados a ter sempre viagens internacionais disponíveis...). Obviamente, não encontrei passagem, o que ocasionou uma nova ida à estação de trem e uma resignada volta à mesma estação de ônibus, na qual somente havia passagens para o outro dia – compensando o susto por custar a metade do valor da passagem ferroviária. Depois do susto inicial, a peregrinação entre as estações e a reserva de uma nova noite de estadia na hostal, resolvi aproveitar o tempo que tinha e efetivamente conhecer o Porto. E quer saber? Vista com calma, a cidade me pareceu linda, fácil de locomover e cheia de simpatia lusitana.

Alguns lugares que valem a visita:
- Estação São Bento: se você chegar de trem na cidade, será por lá. É linda, toda azulejada.
- Av. dos Aliados/Praça da Liberdade/Prefeitura: ampla, com construções imponentes. Tem o McDonald’s com a aparência mais diferente que já vi, com uma imensa águia na fachada.
- Mercado do Bolhão: como todo bom mercado, um ótimo lugar para acompanhar o dia-a-dia da população e encontrar pechinchas: pãezinhos, flores, panos de prato...
- Cadeia da Relação (Centro Português de Fotografia): minha melhor surpresa na cidade. Acabei indo parar lá sem querer, e descobri uma antiga cadeia transformada em centro de exposições, conservando todas as celas e grades (incluindo uma onde ficou preso o escritor Camilo Castelo Branco, autor de Amor de Perdição – o crime: adultério). O Centro tem um charme sem igual. Ainda dei a sorte de ver uma exposição linda de Georges Dussaud, “Crônicas Portuguesas”.

- Igreja e Torre dos Clérigos: construção barroca e rococó com torre de 75,60m. Além da ótima visita, foi no entorno dela que encontrei os melhores locais para comprar Vinho do Porto e onde comi minha inesquecível “francesinha” (sanduíche que tem de tudo um pouco, já comentado neste post), no “Forno dos Clérigos”, onde também provei bolinho de bacalhau de doces portugueses.

- Praça da Ribeira/Cais da Ribeira: depois de subir e descer muita ladeira (nada muito inclinado, não precisa de preparo físico nenhum), chegamos às margens do Douro, repleta de pessoas, lojinhas e restaurantes. Talvez seja turístico demais, mas a vista é linda. Vale pegar o funicular ou atravessar a Ponto D. Luís e ir para o outro lado do rio, experimentando a vista daquele lado.
- Jardins do Palácio de Cristal: outra vista fantástica. Aliás, vistas, no plural, porque cada lado que olhe, você vê algo diferente. E topei até com pavão por lá, literalmente.

Além destes, apenas entre os monumentos principais da cidade há 15 igrejas, 30 museus, casas-museu e centros de exposição, 25 adegas para visitação – isso sem falar naqueles lugares que a gente vai descobrindo, sem querer, passeando despretensiosamente pela cidade.
