domingo, 25 de novembro de 2007

Amizades internacionais


Outra das minhas atividades preferidas mundo afora... fazer amizades!
É uma coisa engraçada como é fácil arrumar amigos quando se vive fora. Conheço gente que só quer saber de estar com gente da mesma nacionalidade, que fala a mesma língua, tem os mesmos costumes etc. Já eu sou exatamente o oposto: ADORO conhecer pessoas de outros países, conhecer seus hábitos e seu jeito de ser... e falar o mínimo de português possível!
Afinal, parte de viajar é envolver-se com outra cultura da maneira mais intensa possível, e conhecer pessoas é um jeito prático e incrivelmente divertido fazer esse envolvimento, descobrir que cada pessoa é única e assim destruir vários tabus.
Hoje digo com orgulho que tenho amigos em vários lugares do mundo. Algumas pessoas que encontramos no caminho viram apenas conhecidos, é verdade, mas é uma delícia fazer amigos de verdade, desses que não ficam só na lembrança de uma época boa, mas que tão sempre presentes, virtual ou fisicamente, a ponto de te oferecer desde um ombro amigo até uma providencial estadia na sua casa e serviços de tradução de um a língua que você não fala. Mais do que isso, compartilhar seu dia-a-dia, seus problema, suas histórias...
Épocas inesquecíveis, momentos inesquecíveis, pessoas inesquecíveis!

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Turistas & Viajantes

Tomo a liberdade de roubar um texto da Mari Campos, do Pelo Mundo (http://pelo-mundo.blogspot.com).
Simplesmente perfeito.

"Todo mundo tem um estilo diferente de viajar. Uns gostam mais de museus, outros mais de caminhadas, outros até mais das compras que da viagem em si. Mas seja qual for o seu tipo, nada costuma ser tão atraente numa viagem quanto a heterogeneidade.
Se muitos dizem que viajar por si só enriquece o espírito e a cultura, perceber de fato povos, culturas, costumes, religiosidades, comidas torna-se ainda mais interessante devido à heterogeneidade dos destinos. Observar com sensibilidade outros países, povos e cidades no seu dia-a-dia aumenta nossos horizontes e nossa assimilação para o “diferente” é cada vez maior. O bom planejamento de viagem permite que essa assimilação comece antes mesmo do embarque, através do conhecimento prévio sobre a cultura e a história do destino a ser visitado.
Todo viajante começa sua carreira como turista. Sim, turista e viajante são duas categorias muito diferentes! O turista é ansioso, ele acha que férias também são sinônomo de escravidão já que ele TEM que conhecer Paris, TEM que visitar todos os museus de Londres, TEM que pegar a fila para a Capela Sistina, TEM que percorrer diariamente e incansavelmente todos os cartões postais da cidade que ele visita. Volta cansado, coitado, precisando de férias. Mas toda primeira viagem, em início da carreira-de-viajante, é assim, não é mesmo? Com o tempo podemos evoluir para viajantes de fato. Sim, podemos. Porque nem todo mundo consegue. Tem muita gente cujo mapa-alvo de destinos no mundo a conhecer se resume a Miami-Nova York-Paris. E se você diz que quer conhecer a Tailândia ou a Tunísia te olha incrédulo e diz: “Nossa, mas o que você quer fazer lá? Aliás, onde é que fica mesmo????”. Calma, calma. Começo de carreira é assim mesmo. Tem viajante que atinge o topo da carreira com duas viagens. Outros só no final da vida.
Dentro de cada viajante (e até dentro de cada turista, sim), há dezenas, centenas ou até milhares de pequenas viagens-embrião, com destinos e propósitos diferentes, todas elas esperando ansiosamente a chance de tornarem-se, de fato, viagens. A maioria delas se concretiza quando há um ajuste perfeito intersecção de preferências, tempo e dinheiro disponíveis. No princípio da vida viajante (que pode comecer aos 2 meses de idade ou aos 90 anos, não importa), a maioria das pessoas quer visitar alguns lugares para poder dizer que esteve lá, “Ah, sim, já estive em Paris” ou poder travar conversar como “Quando eu estive em Madri...” . À medida que nos tornamos verdadeiramente viajantes – e não mais turistas – nossos propósitos com as viagens tendem a mudar. Nada melhor do que revisitar um destino sem a “obrigação” de conhecer seus pontos turísticos; permitir-se simplesmente perder-se sem rumo naquela cidade. Ou dar-se ao luxo de programar viagens para destinos que nem estão no mapa-alvo da maioria das pessoas que você conhece mas que sempre estiveram no seu. Ou que antes não estavam, mas de repente você se vê pensando neles insistentemente. São as viagens que você quer fazer, por você. Sem dúvida, as melhores viagens possíveis."

http://pelo-mundo.blogspot.com/2007/08/turistas-viajantes.html

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Momentos da vida de um viajante


Depois de começar a viajar e admitir - sim, eu me rendo, é viciante -, percebi que os futuros períodos da minha vida, quando eu não estivesse ocupada descobrindo um novo destino por aí, seriam divididos entre pré e pós-viagem.
Todos os três períodos são, sem dúvida, deliciosos. Por mais que sempre demos mais valor a viagem em si (os lugares, as pessoas, as descobertas...), antes e depois da nossa epopéia também são muito proveitosos.
O pré-viagem inclui a avaliação das possibilidades e decisão do destino, local de hospedagem, definição do tempo de viagem, época do ano que iremos e o que isso influi no local onde estaremos, bagagem que levaremos, etc etc etc. Para os viajantes mais experientes, implica também em um investimento de tempo em pesquisa, buscando em revistas, livros, Internet e interrogando a amigos e conhecidos sobre aquilo que o lugar tem de melhor.
O pós envolve rever nossos entes queridos e compartilhar com eles tudo o que vivemos, mostrar fotos e entregar presentes de viagem. Se estivemos por um período de tempo mais largo fora de casa, inclui também uma atualização daquilo que aconteceu ali desde que você saiu, não importante o suficiente para que fosse contado durante a viagem, mais ainda assim relevante.
Entendi que as viagens serão, portanto, não só parte da minha vida daqui por diante, como também confundidas com ela própria... Uma vez viajante, sempre viajante.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Conversas


Desde que eu voltei tem acontecido uma coisa engraçada. Sempre que sou apresentada a alguém, ou reencontro uma pessoa que não vejo há muito tempo, tento não contar das viagens logo de cara para não parecer esnobe, mas uma conversa já tá virando padrão:
“E aí, o que você tem feito nos últimos tempos?”
“Ah, hum, eu tava, hum, viajando”
“Pra onde?”
“Eu morei um tempo fora...”
“Onde????”
“Na, hum, Espanha”
“Espanha?? Que legal!! E onde mais vc foi? O q fez? Como era lá? Por que voltou?”

E de repente me vejo no meio de um interrogatório que não posso escapar!! Sempre respondo a tudo numa boa, e não evito dizer o quanto gostei de morar fora e que adoro o Brasil, mas voltaria a viver em outro país sempre que pudesse (afinal, seria mentira se eu dissesse que não).
E o pior é que tenho uma forte sensação de que, depois da pessoa se despedir de mim, vai dizer: “Ih, desde que voltou da Europa, a Bárbara tá metida...”

Outra que sempre passa é que, quando reencontro meus amigos e/ou conhecidos o papo sempre começa da mesma maneira:
“E aí? Conta!”
“Tá, o que vc quer saber?”
“Ah, não sei, conta aí!”

Nunca sei o que esperam que eu conte, aí acabo contando muito pouco. Não que eu queira me fazer de misteriosa, mas... como resumir oito meses da sua vida?
Outro dia num barzinho conversando com uma amiga de repente percebi que algumas histórias fluem naturalmente, sem querer... basta surgir uma ocasião apropriada.
Enquanto esses momentos não surgem, vou vivendo como uma pessoa normal, que eu sou (pelo menos acho), pois – como diria uma conhecida – “não me acompanha que eu não sou novela”... Nem filme, né?
Bom, pelo menos por enquanto... Quando Hollywood se interessar... quem sabe? rs