quarta-feira, 15 de abril de 2009

Itália che te fa bene!

De Savona mesmo, não conhecemos quase nada – pegamos nossas malonas (uf!) e saímos rumo à estação de trem. Um trenzinho até Genova, baldeação e o trem finalmente à Florença!
Firenze é realmente uma cidade linda. Linda. LINDA. Agora entendo porque tem tanta gente que adora isso aqui. As ruas de pedra nos convidam diariamente para passeios sem rumo, só pra achar mais ruelinhas e vicolos ainda mais estreitos e encantadores. Os museus e as igrejas são um espetáculo à parte, sem comentários; nosso apartamentinho, alugado por um mês, é cheio de charme e fica num prédio de quatro andares, a apenas alguns passos do Duomo, prédio majestoso da catedral florentina. A Gastronomia aqui merece um G maiúsculo, ainda mais para uma adoradora de macarrão como eu (hehe), com mercados e mais mercados que vendem desde frutas e verduras até tomate seco, funghi porcini e outras delícias – sem falar nas sorveterias, que estão em toda esquina exibindo sem vergonha os famosérrimos gelatos italianos. Lojas de grifes como Salvatorre Ferragamo, Gucci, Chanel, Tiffany e Bulgari se misturam às barraquinhas de souvenirs e de artigos de couro, e também aos imigrantes vendedores de relógios e bolsas falsificadas e aos tocadores de músicas das pracinhas...
Quando resolvemos vir pra cá, todos nos diziam “um mês na Itália? tudo isso?”; agora eu já tô pensando: “um mês na Itália? só isso?”.

I am sailing, I am saaaailing, home again, across the sea…

Aprendi essa musica na quinta série e nunca tinha tido a oportunidade de usar... ei-la! Rs
Como eu dizia no último post, embarquei sem grandes pretensões, torcendo pra não afundar. Nos primeiros dias, eu que nem sou muito crica não parava de encontrar outras coisas para implicar, como rasgos nas toalhas de banho e furinhos de cigarro no edredom, além de garçons aparentando estar meio atrapalhados com o serviço. Conversa daqui, conversa dali, fomos descobrindo os porquês das coisas: o navio levava em sua tripulação ¾ de funcionários do Mistral e ¼ de funcionários Costa – o primeiro grupo descontente porque antes o navio faria a travessia sem passageiros (então não teria que trabalhar) e o segundo descontente porque o restante da tripulação do Romântica estava na Itália durante os reparos do navio, sem trabalhar e fazendo festa todo dia. Resultado: eles estavam desmotivados, um grupo meio de mal com o outro, e o serviço ficando abaixo do esperado.
Depois de alguns dias, começaram a se entrosar entre si e com os passageiros (80% velhinhos, 15% em casaizinhos em lua-de-mel, 3,5% famílias e 1,5% jovens) e o serviço finalmente entrou nos eixos! O primeiro e o segundo maitre eram muito simpáticos e sempre faziam o possível para que tudo estivesse em ordem, os garçons, garçonetes e o nosso camareiro eram super do bem e estavam a postos para o que fosse preciso; depois de alguns dias, finalmente nos mudaram de cabine para uma um pouco mais para o centro (ainda que não tão central como a que havíamos escolhido, mas como uma localização melhor – a única perda foi nosso super-camareiro, um indianinho de 1,60m que fazia a arrumação mais impecável e os melhores bichinhos de toalha que já vi!).
Dentre o 0,5% de jovens (quase todos argentinos), conseguimos consolidar um grupinho de amigos que se encontrava na piscina durante o dia e na boate durante a noite, com a trilha sonora programada por um dj que conseguia mesclar pérolas como “Thriler” e “Girls just wanna have fun” à música disco, axé e reggaeton, quarteto e outros ritmos latinos.
No fim, nos divertimos horrores, fosse vendo o vovozinho que passeava de roupão, conversando com os grupos de senhoras à beira da piscina ou praticando nosso espanhol meio enferrujado com os argentinos, todos muy buena onda.
As paradas, apesar de curtas, renderam passeios ótimos: andei no bondinho de Santa Teresa no Rio, subi e desci o elevador Lacerda e as ruas do Pelourinho em Salvador, fui de jangadinha às piscinas naturais no meio do mar de Maceió e me perdi pelas ruelas históricas de Recife; depois disso, vi as cores, as pessoas e a água de um mar translúcido em Mindelo (Cabo Verde), respirei ares espanhóis nas adoráveis Tenerife (linda!), Cádiz e Málaga, para enfim chegar em Savona, Itália.
Fim do cruzeiro, da boa vida, do far niente.
Pra quem esperava pouco... já tô até com saudade... quero mais!

sábado, 11 de abril de 2009

Cruzeirando oceanos afora


Depois de ficar cruzeirando por 17 dias, finalmente estou em terra firme!
Meu primeiro cruzeiro teve um início um pouco turbulento, mas um desenvolvimento muito positivo, felizmente. Explico: há alguns meses, havia comprado a passagem para embarcar na travessia Brasil-Itália no navio Costa Romântica. Em fevereiro este mesmo navio sofreu um incêndio na casa de máquinas enquanto navegava em Punta del Este, notícia que foi parar na mídia e fez com que todos os passageiros da viagem seguinte (como eu) se vissem de repente envolvidos em uma mega confusão, sem saber se iriam ou não embarcar, se no mesmo navio ou não, em qual data ou qualquer outra informação. A própria Costa Cruzeiros não permitia o contato dos passageiros direto com a empresa, e nem sequer passava informação nenhuma aos passageiros e nem mesmo às agências de turismo, intermediárias nas compras dos pacotes.
Poucos dias antes do embarque fomos informados de que a travessia seria realizada no Mistral, navio da CVC recém comprado pela Costa. Apesar de semelhantes, os navios têm uma disposição bastante diferente de cabines, o que gerou mais uma muvuca geral: gente que tinha cabine em deck baixo foi parar em deck alto, de cabine externa em interna etc. Eu acabei indo parar na primeira cabine do deck, a área que mais balança (depois de ter escolhido cuidadosamente uma cabine no meio pra me preservar de possíveis enjôos. Enfim, tava só esperando o iceberg chegar pra consolidar o destino Titanic.

Continua no próximo post...