segunda-feira, 28 de julho de 2008

Portugal 2: Deambulando por Lisboa

Aproveitei o post anterior para dar um pouco de destaque ao meu bairro preferido, Belém, mas não posso deixar de fazer um apanhado geral da capital lusa.

A primeira vez que fui pra Portugal foi num fim-de-semana. Saí de Salamanca, onde eu morava na Espanha e peguei um trem até Lisboa. Não aconselho o meio de transporte: o trem saía de madrugada, no melhor estilo trem fantasma: cabine escura, cheia, fez que eu atravessasse a viagem toda, de sete horas, abraçando minha mochila. Depois descobri que de ônibus era mais barato e mais rápido (sem falar que na Europa as companhias low fare lhe permitem fazer uma viagem até mais barata do que com os meios terrestres).

Cheguei em Lisboa ainda no sábado de manhã e fui direto para minha hostalzinha, simplona e bem barata, perto da Praça do Comércio. Larguei as malas e comecei o city tour!

Comecei pela Praça do Comércio, onde o bom viajante encontra postos de informação turística onde podemos encontrar um útil mapa da cidade. Vale a pena olhar ao redor, de um lado o rio Tejo, e dos outros três lados os edifícios da praça.

Segui ao longo do cais, e em breve encontrei a Casa dos Bicos, que chama a atenção pela fachada cheia de, hum, bicos. De lá, segui para a Catedral da Sé, que atrai logo de cara pela arquitetura românica, com uma simplicidade externa que quase chega a ser excessiva, totalmente diferente das igrejas que estamos acostumados a ver. No interior, o pé direito bem alto e a sala do tesouro impressionam.

Daí em diante, me perdi (propositada e despropositadamente) pela ruas da Alfama, o bairro do fado, a música típica da terrinha. Vale uma alongadinha antes, porque serão muitas subidas e descidas, em ruelas estreitas e incrivelmente inclinadas. Tenho uma amiga que achou perigoso, por ter ido num domingo e estar deserto, mas eu particularmente achei uma delícia passear pelas casas deste bairro tradicionalíssimo, vendo as casas simples com roupas estendidas no varal e parando para olhar os barzinhos simples e as chiquérrimas casas de fado – aliás, se quiser visitar uma, programe-se com antecedência: muitas somente atendem com reserva. Andei mais um pouco a esmo e resolvi ir perguntando onde era o Largo das Portas do Sol, de onde se tem uma vista incrível de toda esta área da cidade, podendo-se ter uma perspectiva aérea das especificidades de cada bairro.

Seguindo inúmeras placas indicativas, de lá foi bastante fácil chegar até o Castelo de São Jorge, atração que ninguém deve dispensar na cidade. Além de ter uma vista absolutamente fantástica – além se estar localizado na colina mais alta de Lisboa, sua Torre de Ulisses possui um periscópio que permite ao visitante observar a cidade em 360º a tempo real. Quem tiver tempo pode ficar horas zanzando pelo castelo propriamente dito, subindo e descendo muralhas, entrando e saindo das guaritas nas guaritas (ainda que não tenha tido tanto tempo, eu fiz isso e achei uma delícia!). Além dos muitos mirantes, surpreendentemente se encontra até exposição multimídia e cafeteria ali dentro – além de um casal de pavões com os quais eu cruzei pelo caminho. O Castelo fica aberto à visitação das 9 às 21h; estudantes têm desconto, como sempre (paguei 2,50 euros – grupos têm desconto maior).

De lá, passei por umas lojinhas e me esquivei de uma produção cinematográfica que tava acontecendo por ali e fui caminhando até chegar na praça do Rossio e admirar o lindo Teatro de D. Maria II. Atravessei a praça da Figueira e cheguei até um atrativo bastante interessante da cidade: o elevador de Santa Justa.

A estrutura metálica e estreita quase escondida entre os edifícios destoa da arquitetura do bairro, mas não deixa de atrair os olhares de quem passa. Peguei uma travessa da rua de Santa Justa e fui parar na rua Garret, 120, no Chiado, onde turista que é turista vai tirar uma foto com o Fernando Pessoa de mentirinha instalado na frente do café “A Brasileira”. Dê uma entradinha no estabelecimento e confira como ele é disputadíssimo – acotovele-se com os demais clientes no balcão e tome um cafezinho com um delicioso doce português – dependendo do horário, esperar por uma mesa pode demorar bastante.

Voltei pela Rua Augusta, que tem uma vizinhança adorável, cheia de restaurantes e cafés – ambiente turístico, sim, mas foi naquela área que comi o melhor bacalhau da minha vida. Além disso, se puder, visite a rua Augusta durante o dia e perceba o contraste da grande concentração de lojas de grife com os ambulantes e pedintes do seu entorno.

Dessa vez, fui num barzinho na Avenida 24 de Julho e voltei cedo pra casa. Mas quando voltei a Lisboa, conferi que a pedida da noite é ir às docas!! Saindo da praça do Comércio e seguindo pelo cais no sentido da ponte 25 de abril, pode-se ver um grande número de restaurantes, bares e boates. Achei até caipirinha no cardápio (ainda que eu já tenha tomado melhores, vale pela constatação da globalização, hehe).

No dia seguinte, fiz a visita a Belém mencionada no post anterior, para visitar os lindos Mosteiro dos Jerônimos e Torre de Belém, declarados Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. Para quem tiver mais tempo (porque Lisboa merece mais tempo ou então uma segunda visita), pode visitar algumas atrações mais afastadas: o Parque das Nações, o Oceanário, a ponte Vasco da Gama (quarta maior ponte de mundo em comprimento) e a torre homônima.

Mas, além disso, ainda existe muito mais nessa cidade, outras ruas, avenidas, praças, museus, igrejas... Visite e faça o roteiro da sua Lisboa!

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